segunda-feira, 3 de março de 2008

PREFÁCIO

Primeiro Deus criou o mundo; para isso ele levou seis dias, pois no sétimo descansou. No sexto dia ele criou o homem, e desde então não teve mais sossego.



O homem vive em uma eterna busca, uma verdadeira perseguição sobre si. Às vezes se faz manso, outras vezes feroz. Vive de sonhos, e desde pequeno foi ensinado a lutar pelo que sonha e assim o faz. Ele planeja, escolhe o caminho a seguir sem saber se é certo ou errado. Após sair não há tempo certo para voltar, pode durar um dia, uma semana, vários dias... Uma vez escolhido o caminho não se pode voltar atrás, mas mudar de rota, fugir das armadilhas da mata escura, sempre havendo abrigo para as noites e dias tempestuosos. Abrir feridas, esquecer os medos, acreditar em si, não há nada a temer. Buscar o que está perdido, e para isso é necessário momentos de reclusão, saber se fazer ouvir a voz do silêncio, saber ouvir o coração, sempre com olhar atento. Se deslumbrar com o novo, descobrir o que foi e não é mais. Olhar para a presa, preparar o bote e sentir seus olhos pedirem pela vida. É procurar no escuro da solidão as razões para ser quem sou, para se estar ali. É inevitável, é do ser humano e não se pode fugir. É instinto, não é o que sou, mas o que me faz, eu, caçadora de mim.

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